Cuma? Sim, você leu certo.
Ok, às vezes a gente abandona o blog para tentar
cuidar melhor da vida, é assim.
Com alguns turnos extras, coisas que chamamos de trabalho,
ministério, faculdade e namoro, ler ou falar sobre a vida fica um pouco menos
importante que vivê-la.
Espera um pouco, volta tudo, namoro?? É, namoro. Agora as
previsões fazem sentido, não? Alguém não disse que o mundo acabaria em 2012?
Vai ver alguns mundos precisem realmente acabar para que outros comecem a
existir.
O Bruno costuma falar: - Deus te fez entrar no curso
de Letras para me encontrar.
E eu retruco: - Não, Deus te fez querer ser professor para
me encontrar.
Mas no fim, acho que as duas coisas fazem sentido.
Hoje completo um mês de namoro, e em minha mente vem o
espanto, só um mês?? Parece muito mais. Agora eu entendo esse versículo: “Mas,
amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil
anos como um dia.
2 Pedro 3:8”
2 Pedro 3:8”
Lá estávamos nós, na mesma sala, cada um num extremo
dos quatro cantos. E eu sinceramente não sei dizer quando “o menino sem nome
que sentava no outro canto da sala” passou a ser “o menino engraçado com quem
eu gostava de rir” e depois “o Bruno”, depois ainda “o Bru” e agora “o meu
namorado”. #mãozinhas (piada interna)
Por causa do bloguinho, o Bru descobriu que eu gostava desse
lance de escrever (solteiros, fikdik, escrevam um blog) e começou a me mandar
uns textos que ele havia escrito para eu desse minha opinião. Eu li o primeiro texto dele impresso, na sala mesmo, e depois ele pediu “Me passa seu e-mail que eu te
mando uns outros textos”. E eu passei. E entre um comentário e outro, se
formaram diálogos cada vez mais cômicos, eu lia os textos, pensava sobre eles e
claro, era subitamente levada a pensar em seu autor.
Algumas vezes as pessoas confundem amizade com amor, e
em casos especiais, elas confundem amor com amizade. Nesse período em que nossa
troca de mensagens começou , eu estava orando à Deus por um amigo, e achei que
o Bruno era a respostas às minhas orações.
Em pouco tempo as mensagens deixaram de ser apenas
engraçadas e passaram a ser necessárias. Eu precisava delas para animar o meu
dia.
No final do primeiro semestre, a galerinha "mais
chegada" marcou de fazer um “bota-fora” ou “põe pra dentro”, sei lá. Só sei que
nesse dia o pessoal da facul, e isso inclui o Bruno, foi comer na paulista.
Eu, toda boba alegre, comecei a batucar em alguns copinhos de plástico depois
que comi, e o Bruno, numa tentativa muito engraçada de se aproximar, tentando
me fazer parar de batucar, mordeu minha mão, e eu me lembro de ter pensado
“gente do céu, esse menino tem probleminhas”. Mas o batuque e a mordida
renderam vários e-mails nas semanas que se seguiram. E numa sexta-feira macabra
de exame, surgiu um novo convite: -
Vamos ao cinema?” - E acho que eu hesitei, então ele completou
: - Ah, eu ,vc e fulano, vamos chamar a galera toda” - E eu só faltei responder feito o Kiko: - Ah
bom, então assim sim.
Aconteceram detalhes que eu acho melhor não
contar, mas basta saberem que na tarde desse mesmo dia eu fiquei achando que o
Bruno queria “me agitar” para outro carinha. A galera toda que convidamos acabou
cancelando o cinema e no fim, fomos só nós dois. Até aí, acho que nenhum de nós
tinha intenção de nada, assistimos ao filme e naquele cinema gelado eu acabei
confessando “ai que frio” e ele acabou oferecendo “quer minha blusa?”. E a resposta foi “Não”. Porque "não" era a resposta pertinente. Nessa ocasião eu acabei percebendo
que o Bru tinha, tanto quanto eu, o dom de se atrapalhar e gostei da sensação
de conhecer alguém que provavelmente não me julgaria no momento que eu caísse
publicamente ou que eu esquecesse algo que deveria ser lembrado.
Nesse período, eu fui convidada a ministrar um workshop
de teatro para crianças, e pelas nossas conversas, eu sabia que o Bru gostava
dessas “paradas” também, então eu o convidei a ministrar comigo, e por causa
disso, mais e-mails e encontros surgiram. Um dia ele me chamou para ajudá-lo a
comprar um chocolate para mãe dele e no dia seguinte recebi um e-mail diferente que falava sobre expectativa, falava sobre uma amizade que queria ser algo mais. E eu
sabia que algo novo estava acontecendo comigo também, mas eu não conseguia
identificar direito o que era. Deixamos o assunto de lado e em algum momento,
que eu não sei bem qual, ele me chamou para participar do “encontro com Deus”(um
acampamento) da igreja dele. E lá, ele como servo e eu como participante, quase
sem podermos nos comunicar, eu percebi que ele era alguém especial para mim,
confesso que no inicio sua especialidade era apenas me fazer rir, hoje, é me
fazer feliz.
O assunto daquele sentimento “diferente” que estava
começando entre nós, voltou, teve que voltar, e eu não me agüentava de tanta
vergonha, às vezes queria fingir que eu mesma não existia. E o Bru foi
paciente, ele insistia sem jamais me forçar a nada, ele me fazia enxergar o que
eu mesma queria e depois me dava tempo para digerir tudo, no começo eu não
conseguia sequer olhar para ele sem me sentir corando, eu desviava o olhar
involuntariamente e por mais que minha vontade fosse olhar nos olhos dele, eu
não conseguia fazer isso por mais de alguns segundos. Combinamos de ir a igreja
dele para iniciarmos nosso “período de côrte”, que consiste no mês “D” para o
inicio de um relacionamento cristão, é o mês de jejum e oração, o mês em que o
futuro casal se decide sobre iniciar ou não um namoro, eu ousadamente diria que
é o tempo de Deus dar o seu ok. Fomos conversar com o pastor e ele simplesmente
sentou bem a nossa frente e nos perguntou: - Então, o que vocês querem conversar
comigo?
Eu já estava mudinha antes dele perguntar, depois então,
parecia que eu havia adquirido alguma deficiência, minha boca não tinha mais
som, e se tivesse, me faltariam às palavras. O Bruno explicou brincando e quando eu achei que a parte constrangedora havia acabado, o pastor perguntou: Vocês já se beijaram?
E se eu conseguisse falar, eu diria: - Não. Ainda estamos
tentando olhar um para o outro.
Mas apenas balancei a cabeça negativamente, o Bruno também.
E então o pastor explicou o que esse período de côrte significava e
nos orientou sobre o que poderíamos ou não fazer durante os 30 dias que se
seguiriam.
Ao final nos deparamos com algo ainda inesperado, o pastor, do jeito mais natural possível, acrescentou: - Depois de 30 dias vou orar por
vocês e vocês darão o primeiro beijo na minha frente!
Minha estranha deficiência subitamente se foi e eu me ouvi
falando em alto e bom som: - Você está brincando, né?
Só que não, não era brincadeira.
Pronto, agora eu tinha data e hora marcada para o primeiro
beijo e não estou me referindo ao primeiro beijo no Bruno, estou falando do
primeiro beijo de toda a minha vida. Eu poderia me sentir privilegiada por ser
a única pessoa na face da terra a passar por isso dessa forma, mas o que
aconteceu de verdade me deixou em uma posição ainda mais ímpar, acho que poderia
constar no Guines book facilmente.
Semana a semana, desses 30 dias, íamos adquirindo mais e mais
intimidade.
Num desses dias, o Bru me mandou uma mensagem: - Você já
falou com Deus sobre mim?
E eu respondi: - Sim, no começo agradecia a Deus pela nossa
amizade, agora batemos longos papos sobre você. E você, já falou com Deus sobre
mim?
E ele respondeu: - Ah, um dia eu estava orando e perguntei
“Deus o que você acha da Sá?” e acho que ele sorriu e falou para eu mostrar meu
interesse e é isso que estou tentando fazer.
Hoje sei que isso era algo que eu precisava ouvir para levar
todo o desafio do namoro adiante.
E na tal côrte, nos conhecendo, nem tudo foi tão
perfeito assim, decidimos que conheceríamos a familia e amigos um do outro, mas um dia esse plano deu errado e o Bruno acabou voltando para casa
bem chateado. No dia seguinte, eu não sabia bem como me desculpar, e percebi
que momentos como aquele poderiam acontecer mais vezes, então eu decidi fazer uma pergunta, mandei por malote um envelope com meu pedido de desculpas, o
chocolate preferido dele e um bilhete: - Mesmo quando eu fizer
tudo errado você ainda vai me amar?
Ele me desculpou, ficamos bem.
Dois dias antes do término da nossa côrte eu apareci na igreja dele para assistir a uma peça que o Bru apresentaria. Sentamos juntos e assim, do nada, lá do púlpito, o pastor perguntou “acabou o período?”, balançamos a cabeça negativamente, mas ele insistiu “mas vocês querem ficar juntos” E dessa vez balançamos a cabeça positivamente, a essa altura, tínhamos sarado de boa parte de nossas inseguranças e tínhamos a certeza de que nos amávamos e poderíamos agradar o coração de Deus juntos. Nossos corações já haviam dito sim um ao outro. E então o pastor nos intimou “pode subir para que eu dê minha benção”. Eu me desesperei com a surpresa e acho que o Bru se desesperou com meu desespero e se minha pressão não tivesse baixado e o Bru não estivesse segurando bem forte minha mão, eu teria sim corrido para o lado oposto ao do pastor, ou seja, para fora da igreja.
A igreja inteira orou por nós e em seguida o pastor falou que podíamos nos beijar, bem assim, na frente de umas 100 pessoas, sei lá, para mim parecia a torcida do Corinthians inteira. Eu me esquivei e o pastor falou que tiraria a benção se não nos beijássemos, e eu fiquei em dúvida se desmaiava ou corria, então fiquei completamente imóvel, petrificada, e o coitado do Bru, me deu um beijinho sem sentir a menor resposta dos meus sinais vitais. Ele até brinca que agora sabe como é beijar um defunto, porque deve ter sito exatamente essa a sensação.
Mas não importa, porque agora estávamos oficialmente namorando.
Dois dias antes do término da nossa côrte eu apareci na igreja dele para assistir a uma peça que o Bru apresentaria. Sentamos juntos e assim, do nada, lá do púlpito, o pastor perguntou “acabou o período?”, balançamos a cabeça negativamente, mas ele insistiu “mas vocês querem ficar juntos” E dessa vez balançamos a cabeça positivamente, a essa altura, tínhamos sarado de boa parte de nossas inseguranças e tínhamos a certeza de que nos amávamos e poderíamos agradar o coração de Deus juntos. Nossos corações já haviam dito sim um ao outro. E então o pastor nos intimou “pode subir para que eu dê minha benção”. Eu me desesperei com a surpresa e acho que o Bru se desesperou com meu desespero e se minha pressão não tivesse baixado e o Bru não estivesse segurando bem forte minha mão, eu teria sim corrido para o lado oposto ao do pastor, ou seja, para fora da igreja.
A igreja inteira orou por nós e em seguida o pastor falou que podíamos nos beijar, bem assim, na frente de umas 100 pessoas, sei lá, para mim parecia a torcida do Corinthians inteira. Eu me esquivei e o pastor falou que tiraria a benção se não nos beijássemos, e eu fiquei em dúvida se desmaiava ou corria, então fiquei completamente imóvel, petrificada, e o coitado do Bru, me deu um beijinho sem sentir a menor resposta dos meus sinais vitais. Ele até brinca que agora sabe como é beijar um defunto, porque deve ter sito exatamente essa a sensação.
Mas não importa, porque agora estávamos oficialmente namorando.
Recentemente tivemos nossa primeira briguinha mais séria, e sabe aquela pergunta que eu fiz quando dei mancada no inicio da nossa côrte? Então. Ela foi respondida com um “saiba que a resposta para o seu bilhetinho é: - Eu sempre vou te amar, não importa o que aconteça”.
Nosso relacionamento tem sido construído sob uma rocha
inabalável. Cada dia noto alguma coisa que me faz admirar mais o Bru e ter a
certeza de que toda a espera valeu a pena. Achei que minha satisfação seria ter
ao meu lado alguém que quisesse fazer a vontade de Deus comigo, mas hoje
percebo que há muitas outras coisas que me satisfazem nessa união, acho que
quando tentamos fazer a vontade de Deus, Deus de alguma forma faz a nossa
vontade também.
Todo sábado, oramos juntos, mas mesmo quando estamos
separados procuro pedir a Deus para nos ensinar a agradar um ao outro, e a nos
dar liberdade um com o outro, e a não nos deixar prosseguir sem que Ele vá conosco.
Estudamos juntos, na mesma sala, e na prática, nos vemos todo
dia, o engraçado é que, muitas vezes, sentimos que todo dia não é suficiente. É
esquisito e ao mesmo tempo legal perceber que um dia sem nos vermos, ainda que
tenhamos trocado mensagens, parece um dia incompleto. Ainda não entendo essa
vontade de abraçar que não vem associada ao equilíbrio de querer deixar de
abraçar. E é meio assustador quando percebemos que nossos sonhos se completam
sem o menor esforço, como se os dois fossem apenas um. Todo dia notamos
diferenças que aprendemos a amar no outro, mas sabemos que no que mais importa
somos parecidos. Juntos, as vezes, agimos feito crianças, rimos o tempo todo, conversamos sem vontade de
parar, e sempre que temos oportunidade, tentamos surpreender o outro com algum
mimo. Não raramente nos perguntamos se todo casal é assim. Se é tão bom, divertido,
incrível e legal com todo mundo, se a dor do outro deveria incomodar tanto, mas depois sempre concluímos, não importa, temos o nosso próprio
jeito. Ambos despertamos no outro o
melhor que podemos ser, e foi assim que eu sempre sonhei e é assim que deve
ser.
Bru, Feliz primeiro mês de namoro. Eu amo você e
também sempre vou te amar, não importa o que aconteça.
"Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do
teu coração.
Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.
Salmos 37:4-5"
Salmos 37:4-5"
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